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Data de publicação do verbete: 18/08/2015

William Ramos Tejo

Jornalista, professor e historiador. Membro da Academia de Letras de Campina Grande, idealizador do Museu Histórico de Campina Grande.
Data de publicação: agosto 18, 2015

Naturalidade: São João do Cariri-PB

Nascimento: 26 de dezembro de 1919 / Falecimento: 17 de novembro de 2000.

Formação acadêmica: Bacharel em Ciências e Letras

Atividades – Exercício profissional: Jornalista, professor e historiador.

William Ramos Tejo, filho de João Jorge Pereira Tejo (Juiz de Direito) e de Alice Ramos Tejo (Professora). Ele seguiu da infância a juventude os movimentos geográficos e as transferências do seu pai que era Juiz de Direito.

Devido à vida andarilha do seu pai morou em algumas cidades de Pernambuco. Ele fez os estudos primários em Belo Jardim e o curso de admissão ao Ginásio no Colégio Americano Batista, em Recife. Iniciou o curso ginasial, passando depois a estudar no Colégio Dr. Luís Pessoa, em Caruaru e concluiu no Pio XI, de Campina Grande-PB. Iniciou os estudos superiores na Universidade Católica de Pernambuco, não os concluindo.

William Tejo trabalhou como bancário no Banco Auxiliar do Povo, e na época, enquanto prosseguia seus estudos, dava aulas de matemática. Deixando o Banco, foi para Natal-RN, onde terminou o curso científico no Colégio Atheneu, em pleno conflito da II Guerra Mundial, voltando para Campina Grande em 1946.

Neste mesmo ano, foi convidado para ensinar nos colégios Pio XI e Alfredo Dantas. Foi professor no Colégio das Damas, como também na Escola Técnica de Comércio, que pertencia à Prefeitura Municipal de Campina Grande; foi diretor do Colégio Anita Cabral (que funcionava no prédio onde hoje é a Faculdade de Direito da UEPB) e foi diretor do Colégio Estadual da Prata. Sua carreira docente atingiu o ponto alto quando se tornou professor da Faculdade de Comunicação (jornalismo) na UEPB – Universidade Estadual da Paraíba (antiga URNe – Universidade Regional do Nordeste).

William foi candidato a vereador pelo PSB, Partido Socialista Brasileiro, no ano de 1947, não sendo eleito. Não era de ficar na expectativa ou esperar, não gostava de freios, terminou se desfiliando do PSB, filiando-se à UDN, em seguida saiu do partido e não se filiou a mais nenhum outro, ficando desobrigado de qualquer agremiação para escrever com certa independência.

Era do contra por natureza, “do partido do contra”, contestando a tudo e a qualquer coisa; como era igualmente irônico “É certo também que arranjei alguns inimigos, poucos, aliás, e centenas de amigos. Escrever e escrever política é muito bom. Não dá dinheiro, dá é muito gosto, muita alegria. Como diz a sabedoria popular: “Mais vale um gosto do que cem vinténs”. Claro, no tempo em que vintém valia mesmo dinheiro.” (DINOÁ.1993, p.315).

Em 22 de julho de 1950 William casou-se com a professora Maria Célia Di Pace Tejo e tiveram cinco filhos: Cristina Di Pace Tejo, Engenheira; João Jorge Di Pace Tejo, Médico; Gustavo Adolfo Di Pace Tejo, Meteorologista; Wilma Di Pace Tejo, Universitária (falecida) e Willian Tejo Filho, Jornalista.

William Tejo foi Secretário da Educação e Cultura do Prefeito William Arruda. Membro da Academia de Letras de Campina Grande, idealizador do Museu Histórico de Campina Grande, órgão histórico-cultural da Prefeitura desta cidade, com o intuito de catalogar, classificar, conservar, expor e divulgar acervos de reconhecido valor para a Paraíba e, principalmente para Campina Grande. O Museu foi inaugurado em 28 de janeiro de 1983, na administração do prefeito Enivaldo Ribeiro.

Ele contribuiu com a história, educação e com vários projetos culturais da cidade. Foi quem fundou os jornais “A Palavra” em Pernambuco e o “Jornal de Campina Grande”. William atuou como jornalista político nos jornais Gazeta do Sertão, Diário da Borborema e no Jornal da Paraíba, onde mantinha a coluna dominical “Fragmentos Históricos” no suplemento Painel.

William Tejo fisicamente, de pouca estatura, costumava trajar suspensório e paletó, não relaxava os charutos, e apreciava algumas canecas de chope vez por outra, de preferência no Chope do Alemão. Um gigante no decorrer de uma discussão envolvendo o assunto política. De bom nível intelectual, amante dos livros. Dono de memória privilegiada, geralmente saía na frente com perguntas inquiridoras e respostas admiráveis.

William Tejo dizia “Sempre gostei de escrever. Mania ou tendência natural é o que não sei. Basta dizer que nas festas de fim de ano, eu e meu irmão Antonio editávamos na tipografia de Júlio Costa um jornal de festa: “Veneno.” O título dizia tudo, e por causa desse jornal de pilhérias ferinas, em plena época da ditadura getuliana, vez por outra, o delegado manda nos chamar, mas tudo terminava em nada”.

O professor William Tejo era uma pessoa fascinada por carnaval, homem alegre vida afora, dizia que era um marido esclarecido, bem casado, e quem mandava nas crianças era a mulher, quem cuidava realmente dos meninos; quanto ao pai, às vezes… É oito ou oitenta. Em suma, Tejo gostava de dizer-se fora do tom normal das pessoas comuns, fazia barulho, mas não amedrontava.

Foi-se o homem, fica o nome incrustado nas páginas da vida que se viveu, do bem que se fez e do legado que se deixou, dos discípulos que conquistou; tudo isso, enfim, como ensinamentos inestimáveis para os pósteros. É aí que o nome permanece impresso, tanto nos livros que se concebeu, quanto nos que se suscitou, acima de tudo, naquele nome que se projetou real para a memória coletiva.

William Tejo viveu oitenta e um anos. “Tejo na verdade foi um dos maiores agentes culturais que a nossa cidade teve em toda a sua história e faz uma falta enorme”. Roberto Pereira.

 

Fontes:

http://cgretalhos.blogspot.com.br/2012/12/gente-da-gente-william-ramos-tejo.html#.VbqAq_NVhHw

http://paraibaonline.com.br/colunista/edmilson/8412-o-homem-e-sua-irreverencia-%C3%82%E2%80%93-william-tejo–o-jornalista.html

DINOÁ, Ronaldo. Memórias de Campina Grande, Vol. 2. João Pessoa. A União. 1993.

http://vertentes.wordpress.com/2009/01/24/padre-renovato/

http://cgretalhos.blogspot.com.br/2012/12/gente-da-gente-william-ramos-tejo.html#.USdbJaB5UR0

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