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Extensionista do Paraíba Criativa, Jaqueline Rodrigues, é uma das ganhadoras de projeto financiado pelo Spotify

Laura Moura

Estudante de jornalismo da UFPB, Jaqueline Rodrigues.

A extensionista do Paraíba Criativa Jaqueline Rodrigues, de 23 anos, é uma das vencedoras da segunda edição do Programa Sound Up Brasil 2022/2023, financiado pelo Spotify Brasil. Com o intuito de produzir um podcast sobre trabalhadoras domésticas, a estudante de jornalismo ficou entre os 5 ganhadores do prêmio, sendo a única paraibana no programa.

O SoundUp Brasil tem como objetivo diversificar as vozes no espaço de podcasts, fornecendo oportunidades educacionais, recursos e acesso a especialistas do setor aos participantes para construir e estabelecer carreiras. Ao projeto, Jaqueline propôs um podcast com cerca de 10 episódios que narra  as vivências de diaristas e faxineiras. Além disso, ela também pretende falar sobre a luta diária dessa classe, o trabalho infantil, direitos das trabalhadoras domésticas e as suas histórias. 

Filha de faxineira e diarista, ela se inspira em sua mãe e relata as experiências e lutas que presenciou por meio dela. A estudante já tinha como plano desenvolver o tema no seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), porém o assunto virou proposta para o programa financiado pelo Spotify Brasil.

Agora, em entrevista ao Paraíba Criativa,  a estudante conta um pouco da sua história, da experiência que teve no Sound Up Brasil, suas inspirações e expectativas para o futuro.

Laura MouraJaqueline, você sempre desejou cursar jornalismo? Já tinha algum interesse no radiojornalismo ou isso começou a despertar conforme o decorrer do curso?

Jaqueline Rodrigues – Eu sempre gostei da área de comunicação, quando eu era criança eu tive a experiência de produzir um jornal sobre a escola que estudava no ensino fundamental e sempre gostei muito de escrever. O interesse no rádio surgiu quando eu estava na disciplina da Oficina de Radiojornalismo, que é muito prática e que você consegue dar o seu melhor, então foi a partir da disciplina que eu passei a enxergar a mídia sonora como um campo de trabalho e que particularmente, eu gosto muito.

LM- E como foi o processo de se encontrar no curso?

JR – O curso de jornalismo te dá muitos caminhos e quanto mais você vai aprendendo, você quer fazer de tudo um pouco. Quando entrei no curso, tinha outra perspectiva de atuação e hoje me vejo na área do rádio, sendo multiplataforma e na assessoria de imprensa também. Porém, a área que desejo é a produção de podcasts.

LM- Antes de participar do “Sound Up Brasil”, o programa do Spotify que você concorreu e ganhou, você também atuou em outros projetos universitários. Eles também te impulsionam a embarcar nessa aventura?

JR- No primeiro período do curso, eu e mais 6 amigos fizemos o “Moderna Parahyba”, um projeto que fala de tudo um pouco e foi o primeiro projeto que a gente pôde colocar em prática o que aprendemos no curso, sem isso eu teria uma perspectiva bem diferente de como poderia atuar, por termos a liberdade de falarmos do que a gente gosta e ter nossa rotina de uma produção.

Eu também sou extensionista voluntária do projeto Paraíba Criativa, e essa ação me possibilitou muitas experiências que eu não tive devido ao período da pandemia de Covid-19. Através dos projetos de extensão vinculados à Paraíba Criativa, eu pude mergulhar no cenário cultural do nosso estado e aplicar algumas técnicas do Jornalismo.

Além disso, também faço parte do projeto de Extensão Espaço Experimental que é um projeto vinculado à Oficina de Radiojornalismo, onde trabalhamos na produção de reportagens, podcasts. Esse projeto traz de tudo um pouco, você pode atuar na edição, no roteiro, nas mídias digitais, é uma ação diversa e que traz muita experiência.

LM- E, nessa aventura em São Paulo, quais as dúvidas e inseguranças que surgiram?

JR- O Sound Up Brasil me ajudou a enxergar que eu também sou capaz. Eu nunca tinha falado das minhas ideias porque não as achava boa o suficiente, a gente acaba se auto sabotando e desiste antes de tentar. Esse programa foi totalmente despretensioso, eu mandei a ideia mas sem expectativas, então acho que isso já demonstra um pouco da minha insegurança e de tantas pessoas que tem ideias maravilhosas, mas possuem medo de colocá-las no mundo.

LM- E, ainda sobre o programa, como foi para escolher o tema? E, por que esse?

JR- O trabalho doméstico sempre foi um tema que eu quis abordar, por ser filha de uma trabalhadora doméstica, as situações que eu assistia da minha mãe me traziam muita revolta e eu vi que uma forma de falar sobre isso, era pesquisando e escrevendo. Não é à toa, que já seria meu projeto de conclusão de curso, então quando o programa surgiu, foi uma oportunidade que eu vi de me aperfeiçoar e consegui falar desse tema sensível e dar maior notoriedade para essas mulheres.

LM- O que ou quem você espera atingir com essa produção?

JR- Eu espero atingir todas as pessoas que tenham mulheres na família que são trabalhadoras domésticas, desde os filhos, os sobrinhos e até mesmo os próprios empregadores. O objetivo é trazer identificação e principalmente, a valorização dessa classe trabalhadora.

LM- Como foi a experiência de participar do “Sound Up Brasil”? De aprender com eles, ter contato com profissionais da área e de fato mergulhar no radiojornalismo?

JR- O processo foi incrível, é muito divertido ver diferentes atuações e caminhos que você pode seguir ao se espelhar em pessoas com uma vasta experiência de mercado. Quando entrei no projeto, eu trazia muito do conhecimento sobre o radiojornalismo e quando a gente passa a estudar sobre o podcast, aprendemos o quanto a mídia sonora vem se modificando e se adequando ao público. Então foi muito importante ter tido o contato com a indústria e com os profissionais que nos acompanharam nessa jornada, eles foram fundamentais.

LM- Depois de todo esse processo, ao olhar para trás, qual a sensação que surge? Você estimularia outras pessoas a participarem desse desafio?

JR- A sensação é de que eu posso fazer mais, continuar na produção da minha ideia e principalmente, através da minha experiência passar os meus conhecimentos para as pessoas, estudantes e incentivá-los a acreditar nas suas ideias.

LM- Para concluir nosso diálogo, qual a mensagem que você gostaria de deixar para os nossos leitores, especialmente para aqueles que, assim como você, estão no curso de jornalismo?

JR- Acho que é muito importante como estudante, elaborarmos projetos no início do curso e participar ativamente das ações ofertadas pela UFPB, isso vai trazer experiências e aprendizados que você pode colocar em prática nas suas próprias ideias. E falar que as pessoas devem acreditar nelas, porque só assim conseguimos colocar à frente os projetos e ideias que guardamos por medo e saber que você também é capaz de qualquer coisa que se propor.

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